A dissertação de mestrado “Arquitetura residencial eclética em Belém do Pará (1870-1912): Um estudo da gramática das fachadas” foi defendida por Maria Beatriz Maneschy Faria, com a orientação da Prof° Cybelle Salvador Miranda, como requisito para a obtenção do título de Mestre em Arquitetura e Urbanismo.
Resumo
Nesta pesquisa estudamos a gramática compositiva da fachada da arquitetura residencial eclética de Belém, nos aspectos formais dos seus elementos, através das relações de simetria, ritmo, proporções, disposição, dimensões e uso das cores em cada um dos elementos que a compõem. O estudo restringe-se à tipologia residencial de porão e um pavimento, em exemplares sem autoria definida. A pesquisa considera também a importância das fachadas na construção da identidade coletiva, fundada no sentido de pertencimento da comunidade. Por isso, utiliza o método etnográfico na apreensão da memória, uma vez que as intervenções de preservação do patrimônio histórico, muitas vezes, desconsideram a necessidade de abordar os conflitos entre o antigo (características estilísticas originais da edificação) e o novo (preferências ou necessidades atuais), um velho dilema entre permanência e transformação. Para proceder a análise, criamos três categorias de fachadas: fachadas classicistas puras, fachadas clássicas com elementos ecléticos e fachadas ecléticas. Por considerarmos a fachada classicista pura a origem da fachada eclética, esta foi privilegiada para as análises geométricas e da policromia: a) Análise comparativa ao longo do tempo das imagens fotográficas da pesquisa iconográfica; b) Análise compositiva das relações de proporções, disposições e dimensões dos elementos de fachada com base na proporcionalidade áurea; c) Observação visual do padrão cromático encontrado a partir das prospecções pictóricas. A partir desse estudo foi possível dizer que as fachadas classicistas puras têm um vocabulário restrito na composição de sua gramática, com regras bem definidas, mas os projetos, na sua origem, não obedecem a princípios compositivos eruditos, o que nos leva a concluir que se basearam em imitação de outras obras, possivelmente sem contar com a orientação de profissional da arquitetura. Quanto a relação das gamas cromáticas entre os vários elementos da composição de suas fachadas, identificamos a existência de um princípio cromático. Consideramos que o modelo cromático encontrado não é complexo e não é de contrastes, mas de nuances de tons, usadas com significados. Este estudo contribui para o entendimento da arquitetura civil eclética de Belém.
Palavras-chave: Ecletismos, Fachadas, Gramática, Policromia, Patrimônio.
A dissertação completa está disponível no link: Arquitetura residencial eclética em Belém do Pará (1870-1912): Um estudo da gramática das fachadas – Maria Beatriz Maneschy Faria