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A dissertação “A Patrimonialização de Company Towns: O caso de Fordlândia e Belterra” foi defendida por Zâmara Elaine Anunciata de Lima, com a orientação da Profª Cybelle Salvador Miranda, como requisito para a obtenção do título de Mestre em Arquitetura e Urbanismo.

A seguir, os Resumos dos dois artigos que compõem o trabalho da autora.

1º Artigo – Fordlândia e Belterra: Percursos etnográficos e a Patrimonialização da Arquitetura em Madeira

Fordlândia vista do rio Tapajós com o destaque dos marcos visuais da localidade, a igreja do Sagrado Coração, a caixa d’água de ferro e ao fundo os galpões. Autor: Márcio Ferreira/Agência Pará

Resumo: O interesse na preservação do conjunto urbano de Fordlândia e Belterra se explica pela importância histórico-cultural-econômica principalmente para a Amazônia, com um dos primeiros grandes projetos implantados da região. Foi idealizado e financiado pela indústria Ford para o cultivo da seringa e extração do látex vegetal que fora utilizado como base na produção dos pneus de automóveis fabricados pela Companhia. Com a decadência e o abandono do projeto pela Ford, o lugar ficou conhecido como “cidade fantasma”, entretanto permaneceu ocupado principalmente pelas famílias de exfuncionários e ex-prestadores de serviços, em geral vindos de regiões próximas. Em virtude disso, o artigo aborda a memória dos moradores como forma de valoração do patrimônio cultural e na construção da patrimonialidade iniciando com um sucinto percurso pela trajetória dos parâmetros de salvaguarda e do conceito de patrimônio cultural para se entender as mudanças que culminaram no interesse em preservar a arquitetura em madeira no Brasil. Para tal, adotou-se o método qualitativo com aplicação da etnografia para incursão em campo, a fim de captar nas narrativas dos indivíduos as manifestações das memórias latentes e aferir nas conversas a identidade com a história do lugar, a influência do espaço construído nas categorias sociais e a relação com as casas em madeira, caracterizar essa arquitetura que ora se assemelha aos tipos palafitas, ora aos típicos bangalôs norte-americanos considerando-se que há elementos necessários para a patrimonialização, mas reconhecendo as dificuldades em se manter a integridade das casas em madeira, sobretudo em região de clima úmido.

Palavras-chave: Memória, Patrimônio, Etnografia, Fordlândia, Belterra, Amazônia, Pará.

2º Artigo – A dialética do Patrimônio: a Patrimonialização de Fordlândia e Belterra

Casas da Vila Mensalista localizada na Estrada Um, Belterra. Fonte: Zâmara Lima, 2017

Resumo: O conjunto urbano de Fordlândia e Belterra segue em um prolongado processo de tombamento pelo Instituto Histórico e Artístico Nacional desde o ano de 1990. Haja vista as dificuldades nesse processo como longas distâncias e isolamento, inexistência de regularização fundiária, falta de políticas públicas de preservação, dentre outras que têm servido de argumentação para o abandono e desmantelo de boa parte do acervo arquitetônico com particularidades da arquitetura residencial norte-americana foi pertinente contrapor as falas dos moradores, representantes municipais e da instituição de salvaguarda federal para detectar possíveis divergências de perspectivas e as principais controvérsias nesse cenário que se torna heterogêneo com relação às duas localidades. Para tanto, adotou-se o método qualitativo com aplicação da etnografia para incursão em campo, a utilização da ferramenta Arquivo Mnemônico de Lugar para demonstrar graficamente os temas mais recorrentes nessas importantes narrativas e a partir desses resultados se discutir a pertinência da concessão do tombamento, porém ratificando que este é apenas um ato administrativo e não garante a conservação.

Palavras-chave: Patrimônio, Company town, Regularização Fundiária, Fordlândia, Belterra, Amazônia, Pará.

A dissertação completa está disponível no link: A Patrimonialização de Company Towns: O caso de Fordlândia e Belterra – Zâmara Elaine Anunciata de Lima

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